Preso, Anderson Torres presta novo depoimento à PF

 O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça
Anderson Torres começou a prestar um novo depoimento à Polícia Federal, na manhã desta quinta-feira (2). Pouco antes das 10h30, uma equipe da corporação chegou ao 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará, onde Torres está preso, para tomar o testemunho do ex-gestor.

 Anderson Torres foi detido em 14 de janeiro, e é investigado por suspeita de omissão e conivência com os atos terroristas cometidos por bolsonaristas radicais em Brasília, no dia 8 de janeiro. À ocasião, ele era o secretário responsável pela segurança na capital, mas nega as acusações.

 O depoimento desta quinta foi marcado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do inquérito da Corte que investiga os ataques. Uma primeira tentativa ocorreu em 18 de janeiro, mas Torres ficou em silêncio.

 A defesa dele alegou que não teve acesso aos inquéritos nos quais o ex-ministro é investigado e que ele "esclarecerá sob tudo que lhe for perguntado tão logo a defesa tenha acesso aos autos". Cinco dias depois, Moraes permitiu o acesso dos advogados à investigação e remarcou a data.

 Nesta quinta, dois advogados do ex-secretário, Rodrigo Roca e Demóstenes Torres, acompanham o depoimento.

 O ex-ministro foi preso por ordem de Alexandre de Moraes. Quando a prisão foi decretada, no dia 10 de janeiro, Anderson Torres estava de férias com a família nos Estados Unidos. Após a ordem, ele voltou ao país e foi detido no Aeroporto de Brasília.

 Durante uma operação realizada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro, foi encontrada uma minuta de um decreto para instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e mudar o resultado das eleições de 2022.

 Anderson Torres afirma que recebeu o documento de populares e que pretendia descartá-lo. Segundo um relatório obtido pela TV Globo, Anderson Torres dorme em um beliche e tem acesso a uma antessala com sofá que, de acordo com o documento, está "em péssimo estado de conservação (assento rasgado)" e uma mesa com quatro cadeiras.

 Torres também pode usar os armários abertos do local e tem acesso a um banheiro que mede cerca de 1,5 m por 2,5 m. Há, ainda, um alojamento adjacente, composto por uma antessala em que há apenas um frigobar.

 Também de acordo com o relatório, foi autorizado que o local recebesse a instalação de micro-ondas e TV. O corredor de acesso à Sala Maior foi isolado e tem policiamento em guarda 24 horas por dia para controle de acesso.

 Horas após os atos terroristas em Brasília, na madrugada do dia 9 de janeiro, Anderson Torres se pronunciou pelas redes sociais, repudiou os ataques e negou conivência com os vândalos bolsonaristas.

 Na oportunidade, ele chamou os atos antidemocráticos de "execrável episódio". "Em um caso de insanidade coletiva como esse, há que se buscar soluções coerentes com a importância da democracia brasileira", disse.

 Após a decretação da prisão, Torres informou que interromperia as férias nos EUA e voltaria ao Brasil para se entregar à Justiça.
G1

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