Policiais civis da Bahia e do Maranhão estão investigando os assassinatos de três indígenas no fim de semana. Israel Carlos Miranda Guajajara, de 34 anos, morreu atropelado na madrugada de sábado (3), na cidade de Arame, na Terra Indígena Araribóia, a 440 quilômetros de São Luís.

 Também no sábado, na mesma reserva, em Amarante do Maranhão, Janildo Oliveira Guajajara foi morto com um tiro de espingarda. Janildo Guajajara e um adolescente de 14 anos retornavam de uma festa. Janildo levou um tiro nas costas e morreu no local. O adolescente foi atingido por estilhaços e recebeu alta nesta segunda-feira (5) à tarde.

 Janildo fazia parte do grupo Guardiões da Floresta, criado em 2007 pelos próprios indígenas para proteger a floresta de invasores. A terra indígena Araribóia tem uma área equivalente a três vezes a cidade de São Paulo, onde vivem cerca de 5 mil indígenas das etnias Guajajara e Awá Guajá – parte deles vive isolada, sem contato com outros povos.

 Desde 2006, 26 indígenas foram assassinados na região; seis eram guardiões. A polícia investiga se há envolvimento de madeireiros e posseiros nos assassinatos do fim de semana.

 Na Bahia, foi enterrado, no fim da manhã desta segunda, o corpo do indígena pataxó Gustavo Silva da Conceição, de 14 anos.

 Segundo o Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas, ele foi baleado na cabeça, no domingo (4) de madrugada, por pistoleiros. No local foram encontrados cartuchos de espingarda e bombas de gás lacrimogêneo. A Polícia Federal instaurou inquérito.

 Gustavo estava em uma fazenda particular ocupada pelos indígenas há uma semana, em Prado. Em nota, a prefeitura disse que, desde este domingo, o acesso para Vila de Corumbau, está bloqueado pelos indígenas em pelo menos quatro pontos.
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