Levantamento feito pelo OSP (Observatório Social do Petróleo) a pedido do jornal Folha de S.Paulo mostra que a Petrobras adotou estratégias diferentes de precificação dos combustíveis nos momentos de alta e de baixa das cotações internacionais do petróleo em 2022.


 Quando o petróleo subia, a empresa realizava menos reajustes e praticava preços abaixo das cotações internacionais, segurando o repasse às bombas. Com o petróleo caindo, passou a anunciar reduções frequentes e acompanhar o mercado externo mais de perto.

 Para Eric Gil Dantas, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais, os dados indicam que a execução da política de preços da Petrobras esteve sujeita a pressões políticas durante o ano eleitoral.

 A Petrobras afirmou em nota que não há periodicidade definida para os reajustes de diesel e gasolina. “A companhia segue buscando o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio.”

 A empresa disse ainda que não existe referência única de comparação de preços do mercado internacional que seja percebida por todos os agentes. “Para demonstração, basta observar que duas renomadas agências de informação, Argus e Platts, publicam referências de preços para o Brasil com diferenças significativas entre elas”, informou.

 No primeiro semestre, enquanto as cotações do petróleo disparavam em resposta à Guerra da Ucrânia, a Petrobras promoveu três aumentos no preço da gasolina. A partir de julho, quando o petróleo passou a recuar com o risco de recessão global, já foram quatro cortes.
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