:: 26/out/2025 . 14:00
Moradia: Ipiaú Se Consolida Entre as Cidades Mais Caras da Bahia e Desafia a Lógica Econômica das Metrópoles

A cidade de Ipiaú, com apenas 42 mil habitantes, vive um paradoxo que está sufocando sua população; o custo de moradia a coloca em um patamar de preços desproporcional, muitas vezes superando o aluguel mais acessível encontrado em grandes centros regionais e na própria capital, que têm economias muito mais robustas.
A crise é impulsionada pela especulação imobiliária, que elevou o preço de partida para um aluguel residencial para R$600,00.
Este valor mínimo, já considerado “quase impossível” de encontrar segundo a população, coloca Ipiaú acima do piso de cidades com infraestrutura e volume de emprego muito maiores.
O Custo Insustentável e a Lógica Invertida
A alta dos aluguéis em Ipiaú não é reflexo de um crescimento orgânico e sustentável.
Ao invés disso, a cidade exige do trabalhador de salário mínimo (R$1.518,00) que comprometa cerca de 40% de sua renda apenas com a moradia básica, gerando uma crise de sobrevivência.
Na capital, é possível encontrar casas de 1 quarto em bairros como São Gonçalo ou Engenho Velho de Brotas por valores começando em R$500,00. O preço mínimo para alugar em Ipiaú é 17% mais caro que o piso da capital.
Na terceira maior cidade da Bahia, Vitória da Conquista, o aluguel mais simples em bairros como Jatobá ou Brasil começa em R$450,00 a R$550,00. Aluguéis de R$750,00 a R$900,00 já oferecem boas opções em bairros populosos como Zabelê ou Guarani.
O principal polo econômico do interior baiano, Feira de Santana apresenta as opções mais baratas, com aluguéis simples listados a partir de R$250,00 em bairros como Mangabeira ou Parque Getúlio Vargas.
Enquanto estes grandes centros urbanos se valem de reajustes controlados (como o IPCA no IPTU) e têm uma base econômica capaz de justificar a valorização de imóveis, Ipiaú tem seus preços ditados por um fenômeno de especulação, que a população local atribui à chegada de trabalhadores da mineradora Atlantic Nickel (antiga Mirabela) em Itagibá.
O resultado é um município onde o custo de vida é insustentável para a maioria dos moradores, exigindo uma urgente fiscalização do poder público para conter a bolha imobiliária.
Fonte: Jornalista Mateus Oliver
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