Mais de 15 mil pacientes renais estão em tratamento ou necessitando de atendimento médico no estado da Bahia. Porém, acolhido em grande parte por uma rede composta por hospitais filantrópicos e unidades credenciadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), o público tem enfrentado problemas que colocam em risco a continuidade das suas próprias vidas.


 De acordo com a Associação de Defesa dos Pacientes Crônicos Renais (Renal Bahia), o número de pessoas que necessitam da rede de atenção aumentou devido à Covid-19, tanto pelo negligenciamento dos tratamentos que estavam em curso antes da crise sanitária quanto pelos efeitos colaterais pós-infecção.

 Segundo ele, há um cenário insustentável. As clínicas e unidades de saúde que prestam o serviço têm visto um aumento no valor dos insumos e uma possibilidade eminente de um reajuste nas folhas de pagamento dos profissionais de enfermagem, ao mesmo tempo que não há um reajuste na tabela de remuneração repassada pelo SUS. As vagas têm sido escassas e o déficit está cada vez maior.

 O reflexo tem sido sentido com as recorrentes ameaças de fechamento proferidas pelas unidades que realizam hemodiálise e com a redução do tempo de duração das sessões, diminuído de 3 para 4 horas em locais no interior e na capital.

 O déficit tem feito com que pessoas que não encontram atendimento em unidades especializadas ocupem vagas em leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e em UPAs.

 A informação, no entanto, não foi confirmada pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Ao contrário disso, a pasta disse que o SUS conta com 42 Serviços de Atenção Especializada em Nefrologia com Hemodiálise no estado e que, no espaço de dez anos, o quantitativo foi ampliado em 45%.

 A Sesab explanou que, comparado ao ano de 2012, houve um aumento de 67% no número de sessões na Bahia. Se há uma década o quantitativo era de 775.270 sessões, entre julho de 2021 a junho de 2022 esse quadro foi de 1.160.260 sessões.

 No entanto, as ações de terapia renal substitutiva-hemodiálise, o nome técnico do procedimento, deixaram de ser oferecidas no Hospital Espanhol e Hospital São Rafael, ambos localizados na capital baiana. Mais recentemente, a Clínica INED solicitou seu descredenciamento SUS e o processo junto ao Ministério da Saúde está em tramitação.
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