O presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, recebeu nesta segunda-feira (28) a comunicação de que deixará o comando da estatal e que será substituído por Adriano Pires. A informação tinha sido confirmada à reportagem por aliados do militar e auxiliares do Palácio do Planalto e do Ministério de Minas e Energia. No início da noite, o Palácio do Planalto confirmou a troca e anunciou a composição do novo conselho.


​A demissão do militar ocorre após uma série de desgastes com o presidente Jair Bolsonaro (PL) em razão do mega-aumento dos preços nos combustíveis promovido pela empresa. Para ocupar seu lugar foi indicado o nome de Adriano Pires, atual diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). O nome dele, porém, enfrenta resistência em alas do governo, especialmente os militares de alta patente ligados ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que trabalharam para segurar Silva e Luna no cargo.

Na prática, as mudanças no comando da Petrobras só devem ocorrer dentro de duas semanas, após a Assembleia Geral de Acionistas, quando o governo trocará seus representantes do conselho de administração, grupo responsável por definir o plano estratégico da companhia. A assembleia está prevista para o próximo dia 13 e Silva e Luna precisa ser excluído do conselho pela assembleia para abrir caminho para a aprovação de Pires como novo presidente.

Segundo o comunicado do governo, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, outro nome forte para comandar a estatal, ocupará uma cadeira no conselho junto com Adriano Pires. Landim foi indicado para presidente do conselho. Após a posse dos novos conselheiros, Pires deverá ser conduzido à diretoria-executiva, assumindo o comando da empresa.

Os demais integrantes do conselho indicados pelo governo são: Sonia Villalobos, Luiz Henrique Caroli, Ruy Schneider, Marcio Weber, Eduardo Karrer e Carlos Eduardo Lessa Brandão. As ações da estatal, que já vinham em queda nesta segunda diante do recuo de 10% do preço do petróleo, foram afetadas pela notícia de troca de comando.

Às 16h45, a notícia sobre a mudança no comando da estatal resultou em um imediato mergulho de 1,6% no preço das ações preferenciais da empresa. Isso poderia ter levado a companhia a uma queda de 3,7% no dia. A recuperação, porém, foi rápida e proporcional ao tombo. Os papéis encerraram o dia com recuo de 2,17%.
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