Após suposto caso de intolerância em escola, secretaria de Lauro repreende a livre manifestação religiosa
Após a denúncia veiculada pelo Metro1, na última segunda-feira (25), de que duas estudantes da Escola Municipal Dois de Julho teriam sido vítimas de intolerância religiosa no ambiente escolar, a Secretaria Municipal de Educação de Lauro de Freitas (SEMED) se posicionou contra a livre manifestação religiosa.
Em nota enviada ao portal, a SEMED justifica que “apesar de a Constituição Federal assegurar o direito fundamental à liberdade de religião, o Brasil é um país laico. Portanto, não seria adequada qualquer manifestação religiosa no espaço da escola pública, sob risco de desagradas a outros grupos”.
Na ocasião, após alguns alunos passarem mal, as duas estudantes foram acusadas de serem as causadoras do mal estar geral. Ao Metro1, o pai das meninas, que é adepto ao Candomblé, disse que as meninas foram vítimas de intolerância religiosa, teriam sido proibidas de retornar à escola e estavam recebendo ameaças de morte nas redes sociais. As aulas precisaram ser suspensas na segunda por causa do episódio. A secretaria negou que as estudantes tenham sido afastadas das aulas.
A SEMED informou que as aulas foram retomadas na terça-feira (26), com a presença de psicólogos para acolher os estudantes. A pasta acrescentou que os pais pediram a presença da Guarda Municipal no entorno da escola, mas não explicou o motivo da solicitação.
Segundo a nota, a versão do pai das meninas e de um professor que também conversou com o Metro1 estariam erradas. De acordo com a secretaria, uma das alunas teria dito que não se sentia bem e pediu ao pai para buscá-la, que apareceu vestido de branco, “como é tradição da religião de matriz africana às sextas-feiras”.
“Ao contrário do que tem sido difundido, não houve qualquer tipo de culto ou manifestação por parte do pai das adolescentes ou de nenhum outro representante de religião de matriz africana no ambiente da escola”, confirma a versão da secretaria.
Confira a nota completa enviada pela SEMED:
“Representantes da Secretaria Municipal de Educação de Lauro de Freitas (SEMED) estiveram reunidos com estudantes, pais e profissionais da Escola Municipal 2 de Julho, em Itinga, na tarde desta segunda-feira (25).
Suspensas na segunda-feira, as aulas foram retomadas normalmente nesta terça-feira (26), com a presença de psicólogos para acolher os estudantes. Também foi solicitada pelos pais a presença da Guarda Municipal, que deve permanecer no entorno da escola até sexta-feira.
No último dia 22, uma estudante pediu ao professor para acompanhar no banheiro a irmã, que não se sentia bem. Ambas são adeptas do candomblé, assim como o pai, que apenas foi buscá-las, vestido de branco, como é tradição da religião de matriz africana às sextas-feiras.
Ao contrário do que tem sido difundido, não houve qualquer tipo de culto ou manifestação por parte do pai das adolescentes ou de nenhum outro representante de religião de matriz africana no ambiente da escola,
Vale ressaltar que, apesar de a Constituição Federal assegurar o direito fundamental à liberdade de religião, o Brasil é um país laico. Portanto, não seria adequada qualquer manifestação religiosa no espaço da escola pública, sob risco de desagradar a outros grupos.
Por fim, mas não menos importante, a SEMED não compactua com nenhum tipo de discriminação em função de crença, visto que, somente este ano, no Brasil, foram registradas 545 denúncias por intolerância religiosa no Disque 100, 39 delas somente na Bahia”.
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