Dois suspeitos morreram e 267 pessoas foram presas nas primeiras horas da 12ª fase da operação Unum Corpus, deflagrada em mais de 400 municípios do interior baiano, nesta quinta-feira (21).


 De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, as prisões são decorrentes de cumprimentos de mandados judiciais e também em situação de flagrante.

 Dos presos, 97 têm envolvimento com crimes contra a vida. Entre eles, dois morreram após confronto com as equipes da Polícia Civil. Pedro Víctor Fatel Costa Leite, o Fatel, era líder de um grupo criminoso vinculado a uma facção do Rio de Janeiro responsável pelo tráfico de drogas e homicídios nas regiões sudoeste, baixo sul e sul da Bahia.

 Foram alcançadas ainda mais duas lideranças de grupos criminosos de outros estados. Um alvo, identificado como Danilo Silva dos Santos, com histórico de homicídios, tráfico de drogas e roubo, resistiu à prisão e também foi atingido em Luís Eduardo Magalhães. E outro líder teve o mandado de prisão cumprido no município de Santo Amaro.

 Durante as investigações, que seguem ao longo do dia em todo o interior baiano, 42 duas armas de fogo foram apreendidas. Nas 11 fases, a Unum Corpus já prendeu 1.754 pessoas e apreendeu 311 armas.

Falsos médicos

 Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra investigados por exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa, nas cidades de Eunápolis, Teolândia e Itagimirim.

 O delegado Pedro Henrique de Oliveira explica que as investigações tiveram início em dezembro de 2023, com a prisão em flagrante de um homem por atuar como falso médico no Hospital Municipal de Itagimirim.

 “Durante a apuração, identificamos um segundo suspeito que também atuava na mesma unidade de saúde, com o consentimento do diretor do hospital, o qual foi exonerado um dia após a prisão do primeiro falso profissional. Uma terceira médica plantonista da mesma unidade hospitalar, bem como os dois médicos diretores faziam constantes trocas de plantões nos quais os falsos médicos trabalhavam em seus lugares e dividiam o valor pago pelo plantão. Em uma das ocasiões, o prefeito da cidade foi atendido por um falso profissional, tendo que retornar ao hospital no dia seguinte em decorrência de má prescrição”, pontou.

 As investigações identificaram mais um funcionário público do hospital de Teolândia que mantinha contato com o primeiro falso médico, encaminhando-o para diversos hospitais do interior da Bahia onde poderia atuar como plantonista.

 Documentos foram apreendidos, assim como diversos prontuários assinados pelo falso profissional, além de um celular de um funcionário. Segundo a polícia, a companheira do primeiro falso médico será indiciada por associação criminosa e lavagem de dinheiro. Ela utilizava a própria conta bancária para receber os pagamentos dos plantões, com o objetivo de ocultar a verdadeira identidade do investigado.
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