Bahia Ferrovias assumiu retomada de obras da Fiol; Estado pode se tornar um ponto de partida para uma ferrovia que ligue o Atlântico ao Pacífico
As obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), no trecho entre os municípios de Brumado e Caetité, na Bahia, serão retomadas em breve. A informação foi confirmada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Este trecho faz parte do Fiol 1, que se estende de Ilhéus a Caetité, totalizando 537,2 quilômetros. As atividades estavam paralisadas desde 1º de abril, com cerca de 75% do projeto já concluído.
A retomada das obras ocorrerá no lote 4F, que passa por Brumado, Tanhaçu, Ibiassucê, Caetité, Lagoa Real e Rio do Antônio. Em Caetité, está prevista a construção de um terminal intermodal, que será um ponto estratégico para o escoamento de cargas e integração logística da região.
De acordo com informações do Portal Vilson Nunes, a continuidade das obras faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante uma visita oficial a Ilhéus em julho de 2023. A execução das obras está sob a responsabilidade da concessionária Bahia Ferrovias S.A.
A Fiol é considerada uma das principais obras de infraestrutura em andamento na Bahia, com potencial para impulsionar a economia regional ao facilitar o transporte de minério, grãos e outras cargas entre o interior e o litoral do estado.
NOVIDADES:
Uma delegação de engenheiros ferroviários do governo chinês esteve em Ilhéus (BA) nesta quarta-feira (16) para avaliar a situação atual das obras da Ferrovia Integração Leste-Oeste (Fiol), com visitas na Fiol 1 e no Porto Sul, buscando estudar a viabilidade de um Corredor Bioceânico Brasil-Peru.
A princípio, a visita, teve como objetivo analisar a possibilidade de conectar o Porto Sul, no Oceano Atlântico, ao porto peruano de Chancay, no Oceano Pacífico, criando o Corredor Bioceânico Brasil-Peru.
A proposta é estabelecer um corredor ferroviário estruturante para transporte de carga no Brasil, atravessando Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre. Essa infraestrutura permitiria o escoamento da produção da região central do país até o Porto de Chancay, no Peru.
Assim, a China deverá elaborar um novo estudo voltado à implantação do Corredor Bioceânico Brasil-Peru, visando criar uma rota estratégica para o comércio entre os dois oceanos e ampliar as conexões comerciais entre a China e os países da América do Sul.
O projeto Fico-Fiol compreende a concessão à iniciativa privada das ferrovias Integração Centro-Oeste (Fico) e Fiol. Prioritário no Novo PAC, o empreendimento prevê 2,7 mil quilômetros de extensão entre Bahia, Goiás e Mato Grosso, com investimentos estimados em R$ 28,7 bilhões. As ferrovias serão integradas à Ferrovia Norte-Sul e à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), fortalecendo a consolidação de um corredor logístico estratégico.
Ao mesmo tempo, o Porto Sul e a Ferrovia Oeste-Leste são fundamentais para o escoamento de minérios e grãos, representando uma grande artéria para o desenvolvimento de novos projetos industriais e agroindustriais. A Malha I da Fiol, com 537 quilômetros entre Caetité (BA) e Ilhéus (BA), é peça essencial na logística de escoamento de cargas.
Dessa forma, a integração com o Porto Sul figura como uma das alternativas mais promissoras para o sucesso do corredor bioceânico. A concessionária Bahia Mineração S.A. (Bamin) é responsável pelas obras do trecho ferroviário e também pela construção do Porto Sul.
Antes de mais nada, a delegação chinesa iniciou a semana visitando as obras do entroncamento entre a Fico-Fiol e a Ferrovia Norte-Sul, em Mara Rosa (GO), ponto exato em que essas ferrovias se encontram. Na última terça-feira (15), os técnicos asiáticos foram recebidos na Casa Civil, em Brasília (DF). Contudo, nesta quinta-feira (17) seguem para o Porto de Santos, dando continuidade à análise da infraestrutura logística brasileira e à articulação com o Corredor Bioceânico Brasil-Peru.
Principais características do Corredor Bioceânico Brasil-Peru
Característica | Detalhes |
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Extensão total | Aproximadamente 2.700 km |
Estados brasileiros envolvidos | Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Acre |
Conexão internacional | Porto de Chancay, Peru |
Objetivo principal | Escoamento de grãos e minérios para o mercado asiático |
Investimento estimado | R$ 28,7 bilhões |
Integração com outras ferrovias | Ferrovia Norte-Sul, Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) |
Responsável pela construção da Fiol | Bahia Mineração S.A. (Bamin) |
Responsável pela construção do Porto Sul | Bahia Mineração S.A. (Bamin) |