O Pix definitivamente caiu no gosto do brasileiro. De tão popular, virou um arsenal de memes, letra de música, e não para de bater recordes. Na última sexta-feira, o sistema de transferências instantâneas do Banco Central (BC), pela primeira vez, superou a marca de 140 milhões de transações em 24 horas. Foram 142,4 milhões de pagamentos via Pix feitos em um único dia.


 De acordo com o BC, a alta demanda não comprometeu o funcionamento do serviço. O melhor resultado anterior tinha sido registrado em 7 de julho, com 134,8 milhões de transações.

 Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o Pix encerrou o ano de 2022 com mais de 24 bilhões de transações, média de 66 milhões de operações por dia, consolidando-se como o principal meio de pagamento do País, “revelando a eficiência e grande aceitação popular da ferramenta, que trouxe conveniência e facilidades para os clientes em suas transações financeiras do dia a dia”, aponta a entidade.

 As transações do Pix superam as de cartão de débito, boleto, TED, DOC e cheques no Brasil, as quais, juntas, totalizaram 20,9 bilhões. Ainda segundo a Febraban, no ano passado foram transacionados pelo Pix R$ 10,9 trilhões. O Pix está apenas atrás da TED (Transferência Eletrônica Disponível), que, em 2022, movimentou R$ 40,7 trilhões.

 Consultor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio), Guilherme Dietze diz que o Pix é uma “inovação extraordinária”, e que, comparado com meios de pagamento ao redor do mundo, o Brasil “está muito avançado”. Para se ter uma ideia, ele diz, nos Estados Unidos “até tem o Zelle (plataforma online), mas se você fizer uma transação de banco para banco, o cliente vai pagar”.

 Ainda segundo Dietze, exatamente por ser rápido, barato e seguro, o Pix tornou-se uma via de mão dupla na praça, sendo tanto bom para quem consome como para quem vende.

 “Os consumidores (ganham), porque se tem uma diferenciação de preços no comércio, e normalmente com o Pix é possível obter um bom desconto na compra. E é bom para o comércio, porque tem esse dinheiro de forma imediata e sem custo, já que no cartão de débito há um incremento da maquininha. Mesmo que fosse de apenas um dia (o prazo para recebimento). Agora é na hora, o dinheiro no caixa, melhorando o fluxo de recebimento das empresas, que não precisam fazer antecipação de cartão, não precisam desconto de duplicata para receber”, explica.
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