Mais de 400 trabalhadores baianos foram afastados das atividades por causa da dengue em 2024
Foi só quando não conseguia mais se concentrar no trabalho, com as dores causadas pela dengue, que o trabalhador da área de suporte de tecnologia da informação, Alisson Matias, de 24 anos, decidiu ir para a emergência. Após a ida ao hospital, o jovem ficou cinco dias afastado das atividades laborais. De janeiro a maio deste ano, 442 baianos passaram por afastamento do trabalho em decorrência da doença, com maior ocorrência de casos no mês de abril, segundo levantamento da VR, empresa voltada para o ramo de soluções em benefícios trabalhistas, com ferramentas de ponto, vale transporte e vale refeição.
O levantamento aponta, ainda, uma maior incidência de afastamentos no mês de abril. Procurada, a VR não conseguiu informar o quantitativo de casos em cada mês avaliado, apenas que houve um “aumento considerável em março, um pico em abril, e uma leve queda em maio”.
Uma explicação possível para o pico no mês de abril é o aumento dos focos de dengue, com o início do período de chuvas. Neste ano, Salvador, por exemplo, teve o mês de abril mais chuvoso dos últimos 30 anos, conforme apontando pela Codesal.
Apesar dos atestados, o Ministério da Previdência Social contabiliza apenas benefícios por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), que são os trabalhadores, que ao passar pelos sintomas, necessitam de um período superior a 15 dias para tratamento da doença. Na Bahia, o número de pessoas que passaram por essa situação cresceu 300% nos últimos três anos. Foram dois registros em 2021, contra oito em 2023. Em 2022, foram cinco trabalhadores afastados. Ainda não há dados consolidados para o ano de 2024.
No geral, esses casos ocorrem com o tipo mais severo de dengue. “Para precisar de mais de 15 dias, só os casos da dengue hemorrágica.
Segundo o MPT-BA, os direitos aos pacientes com dengue são os mesmos de qualquer outra doença. Com atestado médico, o empregado pode permanecer sem ir ao trabalho pelos dias prescritos. Afastamentos maiores do que 15 dias precisam ser feitos pelo INSS.
Até as 18h desta segunda-feira (19), a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) possuía registro de 229.132 casos prováveis de dengue em todo o estado; 4.940 quadros agravados; e 120 mortes em 2024. Mulheres são mais acometidas pela doença com 56,28% dos casos, enquanto homens acumulam 43,44% dos registros. A maior incidência ainda é em jovens de 20 a 29 anos.
Dos 417 municípios baianos, 298 em alerta para a dengue; 55 estão em risco; 41 continuam em epidemia; e 23 em estado endêmico da doença.
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