Sem vencer há seis partidas, Bahia liga alerta vermelho no Brasileirão
Se o desempenho do Bahia na Série A fosse um filme, sem dúvidas seria uma produção de suspense. Daquelas de arrancar os cabelos. O roteiro dos acontecimentos, até aqui, tem sido distante do que se esperava do novo projeto tricolor, na primeira temporada sob a batuta do Grupo City.
Vindo de uma Segundona e com elenco, diretoria e treinador renovados, era difícil imaginar que o time brigaria ‘nas cabeças’ logo na largada, mas beirar a zona do rebaixamento depois de dez rodadas tampouco estava nos planos do apaixonado torcedor. O time, então, está no limite: reage agora ou deve ficar mais difícil com o passar do tempo.
Apesar de ainda não termos alcançado um terço do campeonato, as pontuações apresentadas na 10ª rodada costumam dar sinais do que os clubes podem almejar ao fim do campeonato. Os singelos nove pontos que o Esquadrão somou até o momento, diante do histórico recente no torneio, deixam a equipe em maus lençóis.
Como toda boa obra cinematográfica, é possível dividir o ocorrido em três atos principais. O primeiro, logo nos jogos inaugurais. Depois, a ilusão por dias melhores. E, por fim, a berlinda. Em apenas dez partidas, os comandados de Renato Paiva conseguiram viver essa perigosa gangorra na competição nacional.
O início do ‘novo rico’ no Brasileirão foi frustrante: Duas derrotas consecutivas, uma de virada para o Red Bull Bragantino, fora de casa, e outra após ter conseguido empatar o duelo em 1 a 1, em plena Arena Fonte Nova, e sofrer o gol da derrota no segundo tempo.
Naquele cenário, Paiva defendia a apresentação da equipe e se mostrava confiante mesmo. “O jogo é claro, não é muito difícil de analisar. Uma equipe que quis ganhar, que tentou jogar e foi melhor em todos os números. E outra equipe que só foi melhor no número de gols”, afirmou em coletiva após o duelo com o Bota.
Os dois placares em conjunto igualaram uma marca negativa que não acontecia há 43 anos. Desde a Série A de 1980 o clube baiano não perdia as duas primeiras partidas da competição nacional.
Nos jogos seguintes, parecia que a guinada do clube havia começado. O triunfo contra o Vasco, em São Januário, por 1 a 0, acendeu uma luz verde de esperança e animação. Poderia ter sido a virada de chave que a equipe precisava.
Logo depois, mais três pontos. Jogando em casa, o Esquadrão bateu o Coritiba por 3 a 1, em dia de boas atuações individuais e também coletivas. Não se imaginava, no entanto, que aquele seria o último grito de triunfo do torcedor no Brasileirão até aqui.
Nos seis duelos seguintes, o Bahia não conheceria o caminho dos três pontos . Após o confronto com o Coxa, Paiva elogiou a postura do time nas derrotas anteriores e seguiu convicto no desempenho e na reação dos seus jogadores.
A ilusão, porém, terminou cedo, tal qual fogo de palha. Depois de encarar o adversário paranaense, o time teve pela frente Santos, Flamengo, Goiás, Internacional, Fortaleza e Cruzeiro. No período, registrou três derrotas e três empates. Os últimos dois duelos, contra os cearenses e mineiros, terminaram empatados, assim como com os goianos. As derrotas vieram para Santos, Flamengo e Inter.
Passadas dez rodadas, o aproveitamento do Bahia é de míseros 30%, que os deixam na 15ª posição, a apenas um ponto de distância do Z-4. Apesar de não estar na zona, se seguir com esse rendimento em números, o Tricolor terminará a competição com 34 pontos e certamente será rebaixado.
Nos últimos anos, apenas o América-MG, em 2021, tinha nove pontos conquistados na 10ª rodada e conseguiu escapar da degola. Naquela temporada, o Coelho se encontrou durante o ano, reagiu e conseguiu finalizar a campanha em oitavo, com vaga na pré-Liberta.
Em 2020, o Botafogo tinha a mesma pontuação e era 17º na tabela. Ao final das 38 rodadas, terminou como lanterna e amargou a queda para a Série B, com apenas 27 pontos. No ano passado, Juventude e Atlético-GO tinham 10. Eles estavam em 19º e 18º, respectivamente. Os dois terminaram rebaixados.
Para escapar da corda bamba em que está, o Esquadrão precisa reagir para ontem. O América-MG mostrou que é possível, enquanto as outras equipes evidenciam que, em caso de manutenção do desempenho, o resultado deve ser trágico. O próximo adversário é o Palmeiras, dia 21, quarta-feira, na Fonte Nova.
Tudo o que o torcedor não quer no ano de estreia da SAF é um rebaixamento. Por isso, o elenco do Esquadrão precisa ligar o alerta vermelho com urgência para escapar dessa situação. Na missão, ainda terá Biel e Jacaré, peças fundamentais no time, fora por um bom tempo. Hora de Renato Paiva sacar ‘coelhos’ (assim como os mineiros fizeram em 2021) da cartola.
A Tarde
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