O governo de Portugal aprovou na quinta-feira (6) a abolição do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que passa por uma crise desde 2020. A Assembleia da República aprovou a extinção da entidade em 2021, mas o processo só foi concluído agora.


 A crise da instituição começou há três anos, quando o ucraniano Ihor Homeniuk foi espancado até à morte enquanto estava sob custódia do SEF no aeroporto de Lisboa. Em 2021, três policiais foram condenados a vários anos de prisão pelo assassinato.

 Além do escândalo, o SEF tem sido acusado de ineficiência e demora no atendimento. Em diversos casos, migrantes tiveram de esperar anos para serem atendidos.

 Os oficiais da instituição, incertos sobre o futuro, pretendiam discutir ações industriais durante uma greve de cinco dias que começaria na quinta-feira. O sindicato, entretanto, suspendeu o primeiro dia de ação para manter as negociações com o governo sobre pacotes de compensação e outras questões. Não ficou claro se a greve continuará a partir desta sexta-feira (7).

 Greves anteriores do SEF obrigaram passageiros a esperar horas em filas, e representantes do setor do turismo receiam que uma paralisação durante a Páscoa tenha um impacto significativo no fluxo de entrada e saída do país.

 O governo disse na quinta-feira que as funções do SEF, como controles de fronteira e investigações de tráfico de pessoas, serão divididas entre as polícias regulares até que seja criado um novo órgão, a Agência Portuguesa para as Minorias, Migração e Asilo.

 Haverá um período de transição de seis meses, e os oficiais do SEF vão ajudar a formar os substitutos.

 No entanto, grupos de defesa dos migrantes expressaram preocupação com o plano de usar outras forças policiais, anteriormente acusadas de abusos e racismo, para supervisionar as fronteiras do território português.
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