As aparentes consequências do rompimento do então presidente do PP, o deputado federal João Leão, com o grupo petista começaram a aparecer. O parlamentar vai perder, na semana que vem, o comando do partido. Para completar, como previsto pelo Jornal Metropole em novembro de 2022, o movimento de reaproximação de quadros progressistas com a base de Jerônimo Rodrigues (PT) se intensificou.


 No último fim de semana, o ex-deputado federal Ronaldo Carletto assumiu a presidência do Avante na Bahia. O ex-parlamentar foi o 1ª vice suplente do então candidato a senador Cacá Leão (PP) e era um dos cotados para sucessão de Leão na presidência do PP no estado, mas perdeu a disputa interna para Mário Negromonte Júnior, que vai assumir o comando da sigla na próxima semana.

 No discurso de posse, Carletto agradeceu o apoio da base governista. Com a decisão, o ex-deputado deve levar ainda um grupo de prefeitos e deputados aliados ao Avante, que tem sido vitaminado pelo governo petista. O ex-deputado estadual Pablo Barrozo, que foi assessor do ex-prefeito ACM Neto (União), foi mais um que entrou na legenda.

 Não são só deputados do PP que estão fazendo o caminho de volta para “casa governista”. Na última segunda-feira (15), o prefeito de Piraí do Norte, Ulysses Veiga, deixou a sigla e se filiou ao PT, com a alegação de que seria “muito próspero” para ele e para a cidade entrar na legenda petista.

 Na semana passada, foi a vez do prefeito de Catu, Pequeno Sales, abandonar o partido de Leão a fim de migrar para o grupo petista. A expectativa é de que, até 2024, mais deputados e prefeitos saiam do PP e integrem a aliança petista. Assim, o partido, que caminhou por 14 anos ao lado da sigla mais influente da Bahia, vai murchando cada vez mais.

 A desintegração do PP teria, segundo se comenta nos bastidores, dedo do senador Jaques Wagner (PT). O ex-governador da Bahia estaria tentando atrair mais políticos para o bloco governista a fim de compensar o egresso do PP. A articulação política seria para o Avante ocupar o espaço deixado pelo progressistas após romper com ala petista para apoiar o ex-prefeito soteropolitano ACM Neto na disputa ao governo da Bahia do ano passado.
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