O mês de agosto foi de resultados expressivos para o varejo baiano, que projetam o estado no ranking nacional, como terceiro maior avanço de vendas do país, atrás apenas de Roraima e Ceará. Segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas seguiram em alta na Bahia, tanto frente a julho deste ano (1,3%), quanto na comparação com agosto de 2023 (7,9%).
Conforme análise do IBGE, a tendência de alta faz vendas se mantém pelo segundo mês consecutivo, quando comparado ao mês anterior, e pela 22ª vez seguida, quando se trata da comparação com agosto do ano passado. As vendas do varejo ampliado baiano também cresceram em agosto, tanto frente a julho de 2024 (0,6%), quanto em relação a agosto de 2023 (7,2%).
Os números ainda apontam que seis das outo atividades monitoradas pelo órgão apresentaram crescimento das vendas: o varejo baiano em agosto foi puxado, mais uma vez, pelos supermercados (11,5%), seguidos pelo segmento de tecidos, vestuário e calçados (8,5%). Como explica a supervisora de disseminação de dados do IBGE Bahia, Mariana Viveiros, os supermercados têm uma grande importância no desempenho geral do varejo e a sua contribuição positiva é consequência de fatores como: uma contenção do aumento dos preços dos alimentos e uma recuperação de renda.
Outro seguimento que obteve resultados positivos foi o de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, que registrou a maior taxa de crescimento, em agosto, na Bahia, como já tinha sido identificado em julho (14,8%), o que representa a 17ª alta mensal consecutiva.
Por outro lado, na comparação entre agosto de 2024 e 2023, dois segmentos apresentaram queda nas vendas na Bahia: combustíveis (-3,7%), pela quarta vez consecutiva; e livros, jornais, revistas e papelaria (-24,6%), o que representa o 19º recuo seguido. Nesta linha, o atacado de alimentos (-4,9%) também voltou a registrar queda no estado, após ter avançado em julho.
Segundo Viveiros, as vendas dos combustíveis foram impactadas pela alta de preços. “A gente vem acompanhando, principalmente, a gasolina, mas não só, com aumentos importantes. Este mês agora, de setembro, foi uma queda, mas ela vinha como uma das principais pressões inflacionárias há alguns meses”, aponta a especialista.
No outro setor que apresenta resultados negativos, as livrarias físicas são um exemplo emblemático, pois sofrem efeito de uma forte crise desde antes da
pandemia. “É uma trajetória não é só na Bahia, ela é nacional e diz respeito às vendas em livrarias e papelarias físicas. Então, a gente teve uma série de fechamentos de livrarias, sem a entrada de novos players importantes no lugar delas. A gente tem, é claro, redes sendo abertas, redes se expandindo, mas ainda nesse patamar de queda de vendas”, detalha Viveiros.
Conforme a supervisora do IBGE Bahia, esse setor não contempla as vendas online de livro e não inclui casos como o da Amazon. De uma forma geral, segundo ela, este segmento de livrarias físicas não tem muito peso no índice geral e ele vem caindo cerca de 30% em 12 meses”.
Resultados acumulados
Quando se trata de resultados acumulados, a Bahia se destaca também no cenário nacional. O comércio varejista baiano apresentou um crescimento, de janeiro a julho de 2024, de 8,1% nas vendas, acima do resultado do Brasil como um todo (5,1%).
Já no período de janeiro a agosto de deste ano, as vendas do varejo ampliado baiano cresceram 7,8%, ficando acima do índice nacional (4,5%) e sendo o 7º maior avanço entre os estados. Nos 12 meses encerrados em agosto, acumulam alta de 6,9%, também acima do Brasil como um todo (3,7%) e apresentando o 8º melhor resultado entre as 27 unidades da Federação.